sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A poesia é como um diamante



A poesia é como um diamante, mas não a joia toda: só o que está no seu miolo – e que, se supõe, não seja em nada diferente do entorno.

Olhando atentamente, colocando-o contra a luz, é possível ver esse miolo (que, a partir de agora, chamaremos de coração).

Porém, o que se vê, se vê através de um prisma (certamente uma armadilha); e o mais tocante, só se vê através dele (e não ele em si).

Porém, o que se vê, se vê da mesma forma que se vê o corpo do fantasma: supondo, crendo, extrapolando, pressentindo (de físico, talvez – e só talvez –, os pelos do braço ouriçados).

Pedra dura demais (vulgar chamar um diamante de pedra) é possível destroçá-la a marretadas (com muito esforço) e selecionar ao acaso um pedaço qualquer (semelhante a um caco) e elegê-lo "O Coração"



(idêntico aos outros fragmentos, esse será, de qualquer forma, o fragmento falso).