Para não esquecer:
é um poema
não como um poema de
Shakespeare
algo menos formal, mais
raso
tampouco inferior em
ferir o tato
incomodar, mover, tirar
do lugar
– às vezes um passo
basta
Para não esquecer:
é um poema sobre um
homem
não o canalha da capa
do pasquim
boçal, babando sobre a
bandeira
por certo, um homem que
não existe
se existe, existe
somente nesse poema
– e isso basta
Para não esquecer:
todas as estrofes abrem
com a mesma sentença
(como em um poema de
Lorca)
e uma palavra, uma
palavra, uma palavra
as encerra, sem ponto
final:
serão mesmo a mesma
palavra
ou apenas fingem que
são?
Para não esquecer
– isso basta
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