Não
tenho voz de queixa pessoal, não sou
um
homem destroçado vagueando na praia.
Drummond
por
certo não sou digno da poesia
é o
que se comenta
nos
pequenos círculos
não
comi a flor de lótus
tampouco
sai às ruas chapado de rivotril
também
disso estou certo
–
eles o dizem, por que duvidar –
não
evitei o amor
essa grande balela
sequer
morri de tuberculose
(nos
corredores de uma biblioteca)
é o
que se comenta
quem
sou eu para duvidar
não
me matei (ou matei alguém)
pelas
palavras – ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência a vossa,
etc & tal –
muito
menos tive a Grande Visão
não
vendi armas ao rei da Abissínia
ou
cruzei o país
–
vagabundo em um vagão –
no
encalço do Sublime[1]
não fui à floresta / comer o verme na
carcaça dos pássaros / não sei o gosto da solidão / bebida entre as montanhas /
o sabor da solidão às margens de um lago não catalogado / No encalço do sublime,
eles diziam // para se escrever poesia / você deve ir ao encalço do sublime // Não
fui
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