sábado, 13 de outubro de 2012

Poema # 5

Tela: Ernest Descals


Que se desabroche como flor
em um vaso sobre a mesa –
alimentada por lâmpada fluorescente
& água de cloro da torneira

(ou  
às margens de uma estrada
que segue o curso do rio, onde
o sol queima os olhos dos cavalos)

Que se desabroche como flor
no canto escuro da casa –
regada pelo encanamento rompido
& o árduo trabalho intestinal

(ou
no peito do homem
que entre tantos outros caminha
para incendiar a cidade sitiada)

2 comentários:

jorge vicente disse...

Que maravilha!!!

Faz parte do seu novo livro?

Quero um! :D

Muitos e muitos abraços!
Jorge

Eliane F.C.Lima disse...

Que desabroche como flor no peito do homem e seja dada como poesia para incendiar os ouvidos de todos da cidade sitiada. Abençoada flor assim desabrochada.
Eliane F.C.Lima