b) Ötzi, o Homem do Gelo
Resta o corpo imolado
guardado nas entranhas
dos Alpes Ötzal
Oferecido em hecatombe
a montanha –
que tem os seus caprichos
–
guarda intacta a oferenda
A dieta de raízes
& os ossos de um
mamífero [Ochotonidæ]
revelam seu cardápio
final
O imenso freezer
preservando
as tatuagens, a cor dos
olhos [primeira
cor na escala de Martin Schultz]
a artrite [Borreliose de Lyme]
para que o Aquecimento
Global
ou um alpinista o resgate
– Lázaro – [אלעזר]
de volta à luz dos
holofotes
* do livro Elefnte, Editora Anfisbena, 2012
7 comentários:
Rafael,
Embora o traço crítico ainda perpasse o texto, há um sentimento melancólico - será uma leitura subjetiva? - que subjaz ao poema, um quê de saudade pré-histórica e primeva, que acredito - vide Jung - está arraigada em toda psique humana. O poema é um dos mais bonitos que você fez. Salve o poeta!
Eu de novo: senti alguma coisa de amadurecimento poético, um crescimento estético, talvez, em relação à obra anterior. Será o efeito da paternidade?
Eliane F.C.Lima
Eliane, fico honrado com as suas observações. De verdade! Obrigado pela visita!
lá,poeta.bom estar aqui outra vez.estive ausente e agora estou com problemas técnicos na blogagem.Mas logo que possa estarei atualizando textos.Desejando-lhe uma boa festa e tudo de bom para o novo ano.Ainda que dificil...num mundo que vai rolando ladeira abaixo!Seus poemas relatam as percepços dessa dor humana.meu abraço saudoso.Livia.
Nolli, poeta querido.
Um feliz Natal e um 2013 repleto de construções poéticas.
Sempre carinho, beijos.
Carmen Silvia Presotto- Vidráguas!
Muito bom, pra variar né? Mesmo quem não se familiarizou com a notícia saberia do que vc narra.
Vou escrever um comentário do livro depois. Fiz uma chamada no facebook.
Gostei do livro. Parabéns.
Braços.
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