Reunião
burocrática, às duas da tarde.
Os mendigos sabiam a melhor hora para pedir
esmola. Depois do almoço – dos outros – era prudente descansar: ninguém
contribui com a fome alheia de barriga cheia.
Aos
poucos foram chegando, de toda rua que desaguava na praça. Alguém sugeriu matar
o novato, que esmolava com a foto surrada de um santo que ninguém conhecia. Os
tempos não suportavam mais um naquele espaço. A comida era pouca e os poucos
restaurantes guardavam os restos trancados a sete chaves.
Em
roda, contabilizaram o prejuízo. Ninguém tinha mais do que precisava.
E
caíram na gargalhada.
Um comentário:
Muito bom!
Grande abraço!
Jorge Vicente
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