quinta-feira, 9 de julho de 2009

Rodrigo de Souza Leão

Cássio Amaral, Rodrigo, Eu, Ricardo Wagner

Quando fomos ao Rio de Janeiro para tentar, sempre tentar, vender uns livros de poemas, eu não esperava nada além de uma brisa marítima soprando forte, de um trânsito infernal. Clichês pisados e repisados.
E foi nesse passeio que conheci, pessoalmente, Rodrigo de Souza Leão. Já gostava muito de sua poesia. O cara nos recebeu muitíssimo bem e nos propiciou um papo sem igual, nos mostrando uma visão lúcida sobre a poesia contemporânea. Fiquei triste quando me informaram que ele havia morrido.
A passagem na casa de Rodrigo valeu a viagem e muito mais. O podle – que não era azul – chato pra caralho, as pinturas feitas com o chuveirinho do banheiro, cigarro, cheetos e coca ligth: tudo guardado para um poema futuro.
Rodrigo deixa uma obra vasta que merece leitura atenta. Um poeta vigoroso.



MEU PAI QUE NÃO ESTÁ NA FOTO


Comi distância nas pálpebras
Fechadas de minha razão
Pude sentir a minha Loucura
Sempre sorrindo de dentadura

Oro aos sãos que me querem
Tateando o Horizonte dentro
Daquela noite eterna
Em que me deitei em mim

Pra sempre quis estrelas
Quem sabe irei ser um dia
Aquela que adiante guiará
Meu pai no mar da poesia

*Rodrigo de Souza Leão





11 comentários:

Cássio Amaral disse...

Muito bacana Nolli. Eu ia te pedir essa foto. Seu texto bem lúcido e bem pertinente como de sempre e bem tua alma certeira e de amplidão.

Um grande abração mano.

jorge vicente disse...

fantástico este poema, meu amigo.

um grande abraço
jorge

Giovani Iemini disse...

bonito mesmo.

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Muiito triste a partida de uma amigo, principalmente um Poeta do calibre de Rodrigo, fiz um poemito a ele logo que soube..A Poesia Pára...
Gostei do que li em seu blog volto aqui e te add...seguirei
Uma tristeza essa perda, muita tristeza...
Cintia Thomé(estamos no Poema Dia)

Anônimo disse...

Recordar é preciso, Nolli.

Barone disse...

Belíssimo o poema do Rodrigo.

flaviooffer disse...

Rodrigo é um iluminado, esteja onde estiver. Infelizmente, como vocês, não tive o privilégio de estar na presença dele, da maneira que estiveram; no entanto, trazia grande estima ao poeta. Emocionei-me, fiquei com o coração miúdo ao saber que havia partido. Merecidas homenagens.

Adriana Godoy disse...

Belíssimo!!

Bianca Feijó disse...

Posso dizer que "conheço" todos dessa foto...

De fato, ir ao RJ para vender livros é uma aventura e tanto, mas o Rio por si só já compensa tudo...

B.E.I.J.O.S

BAR DO BARDO disse...

sim, genial

obrigado

Linda Graal disse...

que lindeza! bom ler isto...